Por que tornar o conteúdo web acessível é importante?

O site de sua empresa consegue alcançar todos os seus públicos? Pense novamente. Pode ser que um quarto dos seus consumidores não estejam conseguindo ter acesso ao seu produto ou serviço. Vejamos o porquê.

Robério Gonçalves

Designer

02 de julho de 2021 Infraestrutura

Quando uma empresa cria sua página web, serviço ou sistema com código semântico e aplica as corretas diretrizes de acessibilidade, ela não só estará agregando valor para si, mas ampliando a gama de usuários de seus produtos ou serviços. Afinal, os mais de 45 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência no Brasil também precisam satisfazer as suas necessidades tais como qualquer um, e muitas delas preferem acessar a sites em que elas consigam navegar pelo conteúdo sem que existam barreiras no acesso ao conteúdo. E há muitas técnicas e soluções disponíveis para tornar os conteúdos mais acessíveis.


Os profissionais de design, programadores e clientes devem adotar práticas com a finalidade de tornar o conteúdo web acessível a um maior número de pessoas, inclusive aquelas que possuem limitações temporárias ou permanentes, bem como tornar as plataformas e sites mais intuitivos e mais práticos de usar por todos.




Número de pessoas com deficiência no Brasil


Segundo censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística), os números quanto às pessoas com deficiência são os seguintes:


  • 45,6 Milhões de pessoas (cerca de 25% da população brasileira) têm algum tipo de deficiência.

  • 18,6% possuem algum tipo de deficiência visual.

  • 7% têm deficiência motora.

  • 5,1% têm deficiência auditiva.

  • 1,4% das pessoas possuem deficiência mental.




Os grupos de usuários


São classificados em seis grupos os tipos de usuários que possuem limitações no acesso ao conteúdo na web. Ao colocar em prática as diretrizes de Acessibilidade, que estão documentadas principalmente no WCAG (Web Content Accessibility Guidelines) também irá tornar o conteúdo da web mais acessível por pessoas idosas, cujas habilidades estão em constante mudança, em razão do envelhecimento, e, também, muitas vezes, irá melhorar a usabilidade para todos os usuários em geral.


  1. Cegos ou usuários com baixa visão – Diferentemente de quem enxerga normalmente, o usuário com deficiência visual que utiliza Leitores de Tela tem acesso ao conteúdo parte por parte. Quando ele usa a tecla Tab do teclado, por exemplo, o Leitor de Tela descreve o item que está selecionado no momento.


  1. Surdez e baixa audição – A surdez pode ser leve ou moderada, em um ou em ambos os ouvidos. De acordo com o grau de severidade da deficiência auditiva, algumas pessoas podem distinguir sons, mas isso pode não ser suficiente para se compreender o que é dito, principalmente em ambientes muito ruidosos. Nesse grupo, também estão inclusas as pessoas que usam aparelhos auditivos, implantes ou outras tecnologias que podem melhorar a audição.


  1. Limitações de movimentos – As pessoas desse grupo, ainda que sejam capazes de usar o mouse ou somente o teclado, necessitam de mais tempo para digitar, clicar ou executar outra interação. Além disso, os usuários desse grupo, geralmente, só conseguem digitar batidas de teclas únicas em sequência em vez de batidas de teclas simultâneas (“Ctrl+Alt+tecla”, por exemplo).


  1. Incapacidade de fala – Esse grupo de pessoas necessita de formas alternativas de interação e comunicação. Por essa razão, não estarão em conformidade com a web acessível empresas que ofereçam somente números de telefone como forma de canal de comunicação.


  1. Fotossensibilidade – Recursos como efeitos intermitentes ou padronizados de luz podem fazer que as pessoas (com ou sem epilepsia) se sintam desorientadas, desconfortáveis ou apresentem indisposição. Há ainda, pessoas que são sensíveis a padrões geométricos com contrastes de luz e escuridão, como listras ou barras.


  1. Dificuldades de aprendizagem e limitações cognitivas – Há, também, pessoas que apresentam restrição cognitiva, distúrbios comportamentais, bem como as de saúde mental que não são necessariamente neurológicos.



Princípios globais de acessibilidade


Para corresponder às várias necessidades do público portador de necessidade especial, são fornecidas diversas camadas de orientação, incluindo princípios globais, diretrizes gerais, critérios de sucesso testáveis, um rico conjunto de técnicas de tipo necessárias, e de tipo sugeridas, bem como falhas comuns documentadas com exemplos, links para recursos e código fonte. A seguir, os princípios globais:


  1. Perceptível – As informações e os componentes da interface do usuário devem ser capazes de perceber as informações apresentadas – não podem ser invisíveis para todos os sentidos.

    

  2. Operável – Os componentes da interface do usuário e a navegação devem ser capazes de operar a interface. A interface não pode exigir uma interação que um usuário não possa realizar.

    

  3. Compreensível – As informações e a operação da interface do usuário devem ser compreensíveis, isto é, o conteúdo ou operação não pode estar além de sua compreensão.

    

  4. Robusto – O conteúdo deve ser robusto o suficiente para que possa ser interpretado de forma confiável por uma ampla variedade de agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas. Isso significa que os usuários devem ser capazes de acessar o conteúdo conforme as tecnologias avançam (conforme as tecnologias e os agentes do usuário evoluem, o conteúdo deve permanecer ainda acessível).




Diretrizes e critérios de sucesso


Além dos princípios mencionados acima, há diretrizes que fornecem os objetivos básicos que os autores (designers e programadores) devem atingir para tornar o conteúdo mais acessível aos usuários com diferentes deficiências. As diretrizes disponibilizam a estrutura e os objetivos de âmbito global que ajudam os autores a compreender os critérios de sucesso e a melhor implementar as técnicas.


Para cada diretriz existem, ainda, os critérios de sucesso, que são pontos

específicos que devem ser atingidos. A WCAG disponibiliza em sua documentação inúmeros critérios de sucesso, cada um deles com as suas diretrizes e respectivos princípios. Abaixo, criamos um exemplo para sua melhor compreensão:





Os níveis de conformidades


As conformidades com a web acessível podem ser classificadas em três diferentes níveis.


Nível A – O mais baixo

Nesse nível, a página ou serviço web atinge o mínimo básico de acessibilidade. Para conseguir esse nível, todos os critérios de sucesso do Nível A são cumpridos.


Nível AA – O ideal

Esse é o nível ideal a ser alcançado. O site atinge um nível superior de acessibilidade, para que seja acessível à maioria das pessoas em grande parte das situações e usando a maioria das tecnologias. Para chegar a esse nível, todos os critérios de sucesso de Nível A e Nível AA precisam ser cumpridos.


Nível AAA – O mais elevado

O site atinge um nível muito alto de acessibilidade. A maioria dos critérios de sucesso de nível AAA refere-se a situações bastante específicas, normalmente objetivando refinar os critérios de sucesso de nível AA. Para atingir esse nível, todos os critérios de sucesso do Nível A, Nível AA e Nível AAA são cumpridos.


Caso algum desses princípios não seja verdadeiro, os usuários com deficiência não poderão usar a web de forma acessível.




Por que sua empresa deve adotar o conteúdo acessível?


Por tudo o que foi exposto até aqui, talvez já tenhamos o convencido de tornar a sua página acessível agora mesmo, e a Witix pode ajudá-lo a tornar isso real. Porém, se você ainda tem dúvida se precisa converter a sua página web em acessível, analise os pontos a seguir:


  • Para todos – Além de tornar seu site inclusivo e cumprir seu papel social, a empresa que oferece seu site acessível também estará cumprindo a lei do Estatuto da Pessoa com Deficiência. Leia a Lei 13.146/2015


  • Fidelidade – Usuários portadores de deficiência são mais fiéis aos produtos e às empresas que têm responsabilidade social.


  • Respeito às pessoas – Tornar o site acessível, em princípio, parece oneroso, mas empresas que se preocupam com as pessoas têm resultados sempre positivos, de sua imagem no mercada e de lucros.


  • SEO – Os códigos usados para criar sites acessíveis também acabam se tornando sites de código semântico, o que é ótimo para ranqueamento no Google.


  • O público alvo é o interesse – O alvo dos produtos e serviços deve ser voltado para os interesses das pessoas, não por suas características físicas. Pessoas com deficiências visuais também consomem produtos e fazem compras pela internet.


  • Experiência do usuário – Sites acessíveis são os que mais oferecem uma melhor experiência do usuário, sendo mais fáceis de usar por todas as pessoas.





Foto: Tima Miroshnichenko / Pexels

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